Gastone Lúcia de Carvalho Beltrão

A jovem Gastone Lúcia Carvalho Beltrão nasceu em Coruripe, Alagoas, em 12 de janeiro de 1950. Foi estudante do curso de Economia na Universidade Federal de Alagoas (UFAL).
Após o golpe de 1964, iniciou sua militância na Juventude Estudantil Católica (JEC), mas em seguida, em 1969, Gastone se juntou à Ação Libertadora Nacional (ALN), uma das principais organizações de luta armada contra a ditadura empresarial-militar.
Adotando os codinomes "Rosa" e "Rosa Lúcia", partiu para Cuba, onde recebeu treinamento de guerrilha, e também esteve no Chile antes de retornar clandestinamente ao Brasil por volta de 1970, para iniciar a luta armada.
A vida de Gastone Beltrão foi brutalmente interrompida em 22 de janeiro de 1972, em São Paulo. Aos 22 anos, ela foi morta sob circunstâncias que a ditadura tentou mascarar como um tiroteio. No entanto, o trabalho das Comissões da Verdade revelaria que ela foi presa, submetida a tortura e sumariamente executada por agentes do DOPS-SP, apresentando múltiplas lesões, incluindo marcas de tortura.
Inicialmente sepultada como indigente, a família só conseguiu acesso aos seus restos mortais em 1975, trasladando-os de São Paulo para o jazigo da família em Maceió. Hoje, o nome de Gastone Lúcia Carvalho Beltrão é lembrado em Alagoas – em uma rua e em uma escola municipal – como um símbolo da coragem e do sacrifício de uma jovem alagoana que deu a vida na resistência pela redemocratização do Brasil.