Manoel Lisboa de Moura

Manoel Lisboa de Moura, nasceu em Maceió, Alagoas, em 21 de fevereiro de 1944. Atuou no Movimento Estudantil secundarista no antigo Liceu Alagoano e foi diretor da União dos Estudantes Secundaristas de Alagoas (UESA). Posteriormente se filiou à Juventude Comunista do PCB e ingressou no curso de Medicina na Universidade Federal de Alagoas (Ufal).

Em face do golpe militar de 1964, Manoel Lisboa rompeu com o PCB em 1966 e tornou-se um dos fundadores do Partido Comunista Revolucionário (PCR), uma organização dedicada à luta armada.

A partir de então, Manoel passou a viver na estrita clandestinidade, adotando codinomes como "Celso" e "Mário". Sua liderança o tornou um dos alvos mais importantes da repressão.

Sua resistência foi interrompida em agosto de 1973, quando foi preso em Recife. Transferido para os porões do DOI-Codi em São Paulo, Manoel Lisboa foi submetido a 19 dias de tortura ininterrupta. 

Em 4 de setembro de 1973, aos 29 anos, Manoel Lisboa de Moura foi assassinado pelos agentes da ditadura, juntamente com seu companheiro Emmanuel Bezerra dos Santos. Embora a versão oficial tentasse forjar um tiroteio, as evidências revelaram a crueldade da execução: seu corpo apresentava sinais de mutilação e queimaduras intensas, provando que sua morte decorreu da tortura.

Hoje, Manoel Lisboa é lembrado como um símbolo da luta pela liberdade e da resistência alagoana. Sua memória é honrada pela Universidade Federal de Alagoas, que aprovou a entrega de seu diploma in memoriam, reconhecendo o preço final que o estudante e líder revolucionário pagou por seus ideais.