José Dalmo Guimarães Lins

José Dalmo Guimarães Lins nasceu em Maceió, Alagoas, em 13 de março de 1937. Ainda na adolescência, engajou-se no Partido Comunista Brasileiro (PCB), em seguida passando a cronista do jornal A Voz do Povo. Foi estudante de Direito na Universidade Federal de Alagoas (UFAL).
Viajou entre 1962 e 1963 para Cuba e União Soviética, onde participou de cursos de formação política. De volta ao Brasil e em meio à crescente repressão, ele foi preso pela primeira vez em 1964. Em 1967, mudou-se para o Rio de Janeiro com sua esposa, Maria Luiza de Araújo, também militante.
A perseguição da Ditadura o atingiu em 22 de março de 1970. Agentes da repressão invadiram o apartamento do casal e os levaram ao DOI-CODI/RJ. Durante os seis meses em que esteve detido, José Dalmo foi submetido a intensas sessões de tortura. Embora tenha sido libertado, os traumas e sequelas psicológicas da prisão eram insuperáveis.
Em 11 de fevereiro de 1971, Dalmo Lins se jogou da janela de sua residência. Sua morte, embora registrada como suicídio, foi uma consequência direta da brutalidade e da violência sofrida nas mãos dos órgãos de repressão da ditadura militar.
Reconhecido postumamente como perseguido político, José Dalmo Lins é mais um exemplo doloroso de como a ditadura destruiu a vida de uma geração de militantes. Em um gesto de reparação histórica, a UFAL, anos depois, aprovou a outorga de seu diploma in memoriam, honrando o estudante que foi silenciado pela força.